Luxo de segunda mão ganha impulso no país em meio à alta dos preços
On 29 de agosto de 2022 by GianNo início da pandemia, Gabrielle Carvalho, de 34 anos, junto com duas amigas, iniciou um bazar para se desfazer de peças não utilizadas em seus guarda-roupas, buscando criar espaço para novos itens e recuperar parte do investimento em looks antigos. Diante do interesse das pessoas, decidiram fundar o brechó “Vende, Amiga!”, focado em produtos premium e de luxo.
O que começou como um grupo no WhatsApp agora se prepara para abrir um ponto físico de vendas de itens de segunda mão. Gabrielle comenta que os principais clientes são jovens que apreciam moda e desejam consumir produtos de luxo a preços acessíveis. Até encontrar um local, ela utiliza seu próprio apartamento como um “showroom” para exibir as peças.
Assim como Gabrielle, outros empreendedores viram no crescente interesse por itens usados uma oportunidade de negócio. Desde o início de 2021, foram abertas 6,7 mil lojas que comercializam esses produtos no Brasil, segundo levantamento do Sebrae, abrangendo brechós, sebos e antiquários.
A expansão dessas lojas de segunda mão é atribuída, em parte, ao aumento dos preços no país, reduzindo o poder de compra dos brasileiros. O comércio de produtos usados permanece aquecido devido ao orçamento apertado das famílias, impactadas por dois anos de inflação elevada.
Em meio a esse cenário, o mercado de itens de segunda mão tornou-se uma fonte de renda extra para muitos brasileiros. Com a alta dos preços, consumidores têm buscado produtos mais acessíveis, e a venda de artigos sem uso em casa tornou-se uma maneira de gerar dinheiro adicional.
O comércio de usados tem sido impulsionado por microempreendedores individuais (MEIs), representando 88% das novas lojas desde 2021. Essa categoria muitas vezes atrai pessoas que abriram seus próprios negócios devido à necessidade, seja por não conseguirem retornar ao mercado de trabalho ou precisarem de uma renda extra.
O interesse por produtos de segunda mão também é observado globalmente, impulsionado por uma conscientização ambiental crescente e pelo poder aquisitivo reduzido dos consumidores. De acordo com um estudo do Boston Consulting Group (BCG), o mercado de moda usada deve crescer entre 15% e 20% até 2030 no Brasil.
Grandes corporações de moda, como Arezzo&Co e Grupo Jereissati, demonstram interesse no setor de itens usados, adquirindo brechós virtuais para impulsionar suas estratégias de moda circular. No exterior, marcas de luxo renomadas também investem em produtos “vintage”.
As projeções indicam que o mercado de brechós, sebos e antiquários continuará em ascensão nos próximos anos no Brasil, com o segmento de moda circular esperando um crescimento de 15% a 20% até 2030. Em mercados estrangeiros, onde o consumo de itens de segunda mão já é consolidado, a expectativa é de um crescimento de 20% nos próximos três anos, com um potencial de mercado estimado em R$ 24 bilhões.
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