IPCA tem alta acima do esperado com vestuário e alimentos, dizem analistas
On 10 de janeiro de 2023 by GianO aumento de 0,62% no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de dezembro, que resultou em uma taxa acumulada de inflação de 5,79% em 2022, surpreendeu as projeções ao superar as expectativas do mercado (0,46%). Analistas observam que os principais impactos que contribuíram para a variação acima das projeções vieram dos grupos de vestuário e alimentação.
Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter, destacou que, após um dado mais suave em novembro, o IPCA voltou a surpreender com um aumento acima do esperado em dezembro. Ela ressaltou a elevada variação de 0,62%, superando a expectativa de 0,45%, e mencionou que a difusão subiu para 69%, enquanto a média dos núcleos acelerou de 0,32% para 0,66% em dezembro.
A variação de 0,62% também superou a expectativa da Ativa Investimentos, que previa 0,47%. Étore Sanchez apontou que os itens de higiene pessoal e artigos de residência foram os principais responsáveis pela diferença.
O economista destacou que, apesar dos núcleos influenciados por fatores industriais, os serviços se mostraram comportados. No geral, o IPCA acumulou um aumento de 5,8% em 2022, sendo a alimentação no domicílio responsável por +13,2% desse índice.
Claudia Moreno, economista do C6 Bank, observou que o aumento ao longo do ano foi resultado de choques internacionais e pressões domésticas. Ela mencionou a guerra na Ucrânia, que elevou os preços de combustíveis e grãos, além de impactar as cadeias produtivas globais. Internamente, a pressão maior veio do setor de serviços, influenciado pela remarcação de preços pós-pandemia, inércia inflacionária e um mercado de trabalho mais aquecido. Ela ressaltou que a redução de impostos em 2022 aliviou a inflação em 3 pontos percentuais.
Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, afirmou que o IPCA não foi ainda pior devido à sazonalidade desfavorável, apesar da temporada de fim de ano historicamente ter inflação elevada. Ele destacou a abertura ruim, especialmente a aceleração da difusão e da média dos núcleos.
Quanto às projeções para 2023, há divergências entre os especialistas. Rafaela Vitória espera uma variação do IPCA de 5,2%, com uma desaceleração da inflação de bens, especialmente devido à queda nos custos de produção, principalmente nas commodities. Nicolas Borsoi mantém a projeção de 5,50% para 2023, sem considerar o retorno dos impostos sobre combustíveis. Claudia Moreno acredita que a inflação encerrará 2023 com uma variação de 5,9%, superando o registrado no ano anterior, devido à inércia inflacionária e a um mercado de trabalho mais aquecido.
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